quinta-feira, junho 29, 2006

Série Desvenda o Artesanato Brasileiro

Desvendar o artesanato brasileiro é a proposta da nova série do GNT, "Brasil Feito à Mão". Muito mais interessante do que a descoberta do que se produz nas pequenas e várias cidades que fazem artesanato no país é a ponte que o programa faz entre a simplicidade de um Brasil quase esquecido, o das artesãs do deserto do Jalapão, em Tocantins, com belas peças de capim-dourado, o das rendeiras de Piauí, e um Brasil mais modernizado, o das estilistas e arquitetos conceituados que vêem beleza no trabalho rústico feito nesses cantos do país. "Quero fazer renda até morrer", diz dona Ozita, no segundo capítulo da série, enquanto, agilmente, embaralha os bilros para tecer uma blusa. Ela é uma das belas personagens da vida real que brilham na tela e tem muito mais a dizer, diga-se de passagem, do que os representantes do Brasil mais moderno, como, por exemplo, o estilista Walter Rodrigues -mesmo que ele tenha seu mérito por ter levado à passarela o trabalho das rendeiras do Morro das Marianas, no Piauí. Outra personagem reveladora do segundo programa da série, é dona Benedita, que dedicou a vida toda à tecedura do filé (tipo de renda característico de Alagoas). Numa casa simples da cidade de Marechal Deodoro, a alegre senhora passou os anos ensinando sua técnica às suas "conterrâneas". Suas aprendizes formaram o núcleo de Artesãs de Massagueira e hoje têm um "ponto" alugado, onde vendem suas bolsas e peças de roupas para os turistas, como explica a rendeira Maria Célia, que, no final do programa, dá mais uma lição da riqueza do Brasil: "Nós tentamos colocar nossa cultura no que fazemos e abrimos nosso coração para criar".

Artesanato x Exportação

Produtos que agregam características tipicamente brasileiras fazem sucesso no país e no exterior, gerando bons negócios para quem tem criatividade e eficiência


Assim como perfume lembra a França e charuto é associado a Cuba, o guaraná, a
cachaça e as redes do Ceará têm a cara do Brasil. E, como já acontece em outros
países, os produtos genuinamente nacionais vêm chamando a atenção não só no
próprio Brasil, mas principalmente no exterior, transformando-se em grandes
oportunidades de negócios. De acordo com os especialistas, não se trata de
patriotismo e sim de uma tendência mundial, decorrente da pasteurização de
artigos e serviços provocada pela globalização.


Hoje as ofertas de sucesso são aquelas que mais têm identidade nacional’, afirma Flávia Guerra, gerente da área de políticas públicas do Sebrae-RJ. Segundo ela, para ser diferente aos olhos do consumidor é preciso oferecer mais do que preço e qualidade. E uma boa saída é usar a tecnologia em favor da cultura.


Embora o artesanato, o guaraná e a cachaça não figurem entre os campeões na lista de exportações do país, os produtos típicos demonstram a cada ano melhor desempenho, gerando mais divisas (leia o quadro ’Dinheiro Grosso’). E as possibilidades de bons negócios não se restringem à agricultura ou à produção manual. O estudo denominado ’A Cara Brasileira’, do Sebrae, revelou que a adoção de traços culturais garante boa competitividade aos empreendimentos ligados a turismo, confecção, artesanato, produtos alimentícios, serviços culturais, agro-indústria, setor moveleiro, entretenimento e esportes. ’Em qualquer um desses segmentos há muito que ser explorado’, assegura Rodrigo Souza, consultor do projeto Cara Brasileira. Mas há algumas condições para isso. Consumidores e empreendedores precisam aprender a valorizar o fato de serem brasileiros, a qualidade dos produtos deve ser facilmente percebida e é necessário aprender efetivamente a alavancar negócios sob o selo Made in Brazil.


O primeiro passo é valorizar as coisas regionais, para depois passar ao universo nacional. Mas sempre tomando cuidado para investir apenas no que é típico e não em estereótipos. O estudo adianta que elementos folclóricos como as bananas, as praias, as mulatas e o carnaval, que remetem imediatamente aos trópicos, são os mais óbvios e, portanto, os mais perigosos. ’São exemplos da falsa brasilidade ou de uma imagem deturpada, seja na forma banal como se apresenta o carnaval, seja na maneira exagerada como se mostra a natureza’, adverte Flávia Guerra. Segundo Francisco Barros, professor de design de interiores do Senac, um bom exemplo de como lançar mão do estilo brasileiro sem cair no folclore é a loja da Forum, em São Paulo. ’O projeto, de linhas retas, é personalizado por tapetes de retalhos do artesanato mineiro e por uma parede de pau-a-pique’, detalha o profissional.


O segredo para alavancar os produtos brasileiros, na visão dos especialistas, está na preservação dos traços culturais, adaptando-os a um design mais universal; em agregar mais qualidade à matéria-prima e ao acabamento, além de suavizar a cartela de cores.


Fonte: QueroArte - Artesanato com a cara do BRASIL

quarta-feira, junho 28, 2006

O brilho do Capim Dourado

Além do turismo, outro fator que está revolucionando a economia local é a crescente popularidade do artesanato de capim dourado. A planta, que só existe nessa região, permite a realização de trabalhos de extrema beleza. As bolsas, cintos, pulseiras, bandejas, descansos e chaveiros feitos com a palha ficam com a aparência e o impressionante brilho do ouro. Valorizadas quase como o metal, algumas peças de capim dourado chegam a custar US$ 500,00 no exterior.


A arte originou-se no vilarejo de Mumbuca, TO, composto por remanescentes de antigos quilombos que ainda enfrentam sérios sociais, como desnutrição e falta de saneamento básico e doenças, como a hanseníase. O artesanato, no entanto, está começando a melhorar a vida no local. Além disso, a demanda já é tão forte que a técnica hoje é difundida nas diversas vilas da região. Com isso começam a surgir as primeiras associações de produtores, tendo os turistas como principal mercado consumidor.


Uma das mais antigas artesãs do capim é Dona Miúda, 72 anos. Ela ficou conhecida por ter popularizado a arte na região e nos recebeu na soleira de sua casa para uma conversa. Sentada num banco feito de galhos de buriti, em frente à sua casa de adobe, Dona Miúda conta que aprendeu a técnica de sua mãe e sua avó que, por sua vez, aprenderam de índios que habitavam a região. Desde cedo, ela conta que a arte ajudou a alimentar seus 12 filhos. Enquanto conversa ela tece mais um de seus trabalhos para mostrar que continua em plena atividade e nos dar uma idéia da complexidade do trabalho que ela reclama estar sendo superexplorado.


Na sua opinião falta qualidade em muitos trabalhos que não respeitam a tradição. Ela diz que "agora qualquer um faz" e defende algum tipo de identificação para diferenciar a origem das peças. "O dinheiro ajuda a gente comprar coisas, mas podia ser melhor. Agora na posse do Lula eu mandei um chapéu que fiz especialmente para ele lembrar aqui da gente" , afirma.ete a situação com uma forte inflação. Algumas peças que podiam ser compradas por R$15,00 em novembro do ano passado, por exemplo, passaram a custar R$35,00 em março de 2003.


Estimulados pelo lucro, o aumento da produção começa a desequilibrar o meio-ambiente local. "Hoje a gente anda cada vez mais longe para pegar o capim", admite Dona Miúda. "Mas isso é porque bicho come e muita gente não sabe cortar", conclui. Assim como a maioria dos vizinhos, para ela é impossível acabar cA exploração incondicional do artesanato também pode ameaçar a existência da planta, que cresce nas margens dos vários rios que entrecortam o Jalapão. Além de arrancar o capim pela raiz, os moradores usam o fogo para fazer a colheita. Alguns argumentam que isso ajuda o capim a crescer mais forte depois. Porém, não há estudos conclusivos sobre o assunto. Soma-se a isso outro fator: a linha usada para trançar o capim é extraída do chamado "olho do buriti" . Ou seja, é necessário abater um buriti inteiro para extrair-lhe a parte interior e fazer os fios usados no artesanato.


Por outro lado, a produção também ajudou os moradores que se organizam em cooperativas para produzir e vender peças aos visitantes. A associação de Mumbuca mantém uma casa de vendas no centro do vilarejo, que também serve como centro de reunião para a comunidade artesã. Em abril deste ano, por exemplo, a comunidade realizou uma exposição em Brasília apoiada pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Cultura. O evento, que contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, celebrou a exportação do artesanato para outros países.


A alternativa econômica está começando a ajudar a população, uma das mais pobres de toda a região, mas precisa ser administrada com cuidado. Os estudos sobre o assunto agora concentram-se em entender o manejo auto-sustentável do capim. O segundo passo será conscientizar os produtores. Enquanto isso, a confiança fica em Deus e a culpada é a vaca.


Fonte: QueroArte - Artesanato com a cara do BRASIL

terça-feira, junho 27, 2006

Mega Artesanal ganha novo espaço e consolida o crescimento do artesanato no Brasil

Com promoção da WR São Paulo Feiras e Congressos, será realizada de 05 a 08 de julho, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, a 6ª edição da feira de produtos, técnicas e serviços para arte e o artesanato, a Mega Artesanal 2006.


Com quase 200 expositores em uma área de 16.000 m2, o evento vai reunir diversos segmentos do setor, entre fabricantes, lojistas, revistas especializadas e ateliês.


Além da vasta programação de cursos e demonstrações, com mais de 2.000 aulas durante todo o evento, ministrados pelas principais empresas do setor, a feira pretende ainda apresentar ao público o envolvimento do artesanato com os mais variados segmentos de mercado, trazendo uma série de eventos paralelos integrados e ações sociais propostas.


“A prática artesanal está presente, nos dias atuais, em vários segmentos de nosso mercado produtivo, e traz cada vez mais oportunidades de negócios e geração de empregos. No comércio, pensar que o artesanato está somente nas lojas de armarinho é passado”, afirma Wander Mazzotti, diretor da WR São Paulo.


Segundo Mazzotti, papelarias, supermercados, lojas de decoração e até “home centesr” comercializam produtos artesanais, sejam os insumos para realizar a técnica ou produtos acabados. Na indústria da moda, da decoração, do design, nas escolas, o artesanato está cada vez mais envolvido. É essa diversidade e as diversas oportunidades de negócios geradas através delas que pretendemos mostrar na Mega Artesanal 2006”, complementa Mazzotti.


Mercado - 8,5 milhões de pessoas em atividade e um grande resultado na geração de empregos.



O artesanato movimenta R$ 28 bilhões por ano no Brasil, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) , envolvendo 8,5 milhões de pessoas que trabalham com o ofício em todo o país.




Histórico - Segmento em plena expansão


A última edição, em junho de 2005, recebeu mais de 24.000 pessoas. Foram oitenta expositores na área máxima do centro de exposições, 3.200m2.


A comparação entre os números da primeira e da última edição mostra um crescimento de 82%. Um reflexo direto da expansão do artesanato no Brasil.


Com o aumento constante do número de visitantes e expositores, tornou-se imprescindível pensar na expansão da feira.


E assim consolida-se a Mega Artesanal 2006 em um novo espaço, com 16.000m2, no Centro de Exposições Imigrantes.



Outras Atrações : o artesanato à serviço de diversos mercados



Moda - Show da Customização


Durante a Mega Artesanal será realizado o Show da Customização, o encontro da moda com o artesanato.


Durante todo o período da feira serão realizadas doze sessões do Show da Customização, o encontro da moda com o artesanato.A técnica que envolve a aplicação de técnicas que transformam e personalizam as roupas é o enfoque do evento que vai trazer palestra sobre tendências em customização e oportunidades de negócios, além de aulaspráticas de customização em roupas e calçados. No Hall de Tendências, painéis com o panorama da Primavera/Verão 2007, cartela de cores e roupas customizadas proporcionam aos participantes a pesquisa e informação de moda.


Para participar do evento, os interessados deverão fazer inscrições prévias.


Crianças, Adolescentes e Escolas - Profissionais da área incentivam a prática artesanal através de cursos e demonstrações especiais.


Dois eventos foram preparados para levar a prática artesanal para o universo das crianças, adolescentes e escolas. No dia 08 de julho, sábado, estará em funcionamento durante todo o período do evento, o Espaço Teen onde crianças entre 8 e 12 anos poderão realizar, na prática, trabalhos artesanais desenvolvidos por profissionais da área. O evento pretende introduzir a prática artesanal na vida das crianças através de atividades lúdicas, desenvolvidas pelo personagem “Zequinha”.


E, para mostrar as possibilidades do artesanato atual para as escolas, serão realizados vários workshops com o “Professor Sassá”, especializado em técnicas artesanais específicas para professores.



Decoração - Parceria com a Escola Senai/Mário Amato coloca o trabalho artesanal em alta na decoração.


Cerâmica é o foco desta parceria que será realizada pela escola Mário Amato do Senai durante a Mega Artesanal. A escola vai montar uma oficina para apresentar técnicas de trabalhos artesanais realizados em peças decorativas em cerâmica para os mais variados estilos.



Pintura em Seda - as novidades da técnica são destaque na feira


A Mostra de Pintura em Seda, também trará sugestões de peças decorativas, para os mais diversos ambientes, realizadas com técnicas aplicadas à seda.



Demonstrações de Trabalho Artesanal em Madeira - Escola Madeira Viva


Oficinas de trabalhos em marcenaria também serão preparadas para mostrar o design diferenciado que o artesanato confere à decoração de ambientes.



Oficina do Papel - Projeto Curumim mostra a reciclagem como alternativa de responsabilidade social


O Projeto Curumim tem como missão a melhoria da qualidade de vida das famílias que vivem no entorno de áreas degradadas pelo homem, com ações sócio-educativas-ambientais. Durante a feira estarão ensinando como fazer papel reciclado.


Lojistas - Mega Artesanal ganha dia especial para o lojista


Para facilitar a visitação de lojistas, entre eles, compradores, supermercadistas, papelarias, distribuidores e atacadistas, a Mega Artesanal será aberta em 04 de julho, exclusivamente para este público. Os convites especiais serão distribuídos pelos próprios expositores e pela WR aos interessados em participar deste dia de negócios e vislumbrar as possibilidades que o artesanato oferece.


Foi convidado para palestrar neste dia, o jornalista Joelmir Beting, comentarista de economia e colunista dos principais jornais do Brasil, que tratará do tema: Artesanato Brasileiro - Inovações e Oportunidades de Mercado.


Ficha Técnica




Mega Artesanal 2006


04 de Julho de 2006 - Dia Especial do Lojista


05 a 08 de julho de 2006


Horário: Das 11h00 às 19h00


Local: Centro de Exposições Imigrantes


Rod. dos Imigrantes, km.1,5 - São Paulo - SP


Transporte Gratuito do Metrô Jabaquara durante todo o período da feira


Fonte: QueroArte - Artesanato com a cara do BRASIL

Tronco da bananeira é matéria-prima para artesãs que transformam a palha em geração de renda

Se para os agricultores a banana é ouro, para muitas mulheres a riqueza dos bananais não está na fruta, mas no tronco geralmente descartado por acumular fungos prejudiciais ao cultivo. O artesanato produzido com a palha extraída do tronco da bananeira tem gerado renda e sucesso ao Vale do Ribeira. Nem as próprias artesãs acreditavam que o empreendimento daria tão certo. Na maioria das cidades da Região, o artesanato feito com a palha da bananeira é ensinado em cursos de geração de renda como promessa garantida de futuro. E não é exagero. Em Juquiá e Miracatu, dois dos municípios onde a técnica está bastante adiantada, muitas mulheres já colhem os frutos do aprendizado. A técnica de retirar a palha do tronco da bananeira foi difundida em 1998, pela Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz (Esalq), que ministrou cursos em alguns municípios do Vale, entre eles, Miracatu. Na época, nem o poder público, nem a população valorizaram a nova forma de fazer artesanato. Em Juquiá, a assessora da primeira-dama, Célia Matias, se interessou pela técnica e apresentou projeto para realização de cursos na cidade. O projeto foi aceito e, em outubro de 99, foi aberta a Oficina Artesanal Comunitária. A Prefeitura cedeu a antiga sede do Lar dos Velhinhos e o governo do Estado enviou recursos. Detalhe, os recursos vieram em forma de camisas - três mil peças, para ser exato. A monitora dos cursos de geração de renda, que antes ministrava aulas de pintura em tecido, foi aprender a técnica em Miracatu. Josefa Lopes Barbosa, a Jô, conta que aprendeu o "básico" em apenas um dia. Na prática, aperfeiçoou seus conhecimentos. Com a venda das camisas, foi possível adquirir seis teares de 80 centímetros e seis cadeiras. Não era muito, mas foi o suficiente para começar. "No início, as pessoas não acreditavam, não davam valor", revela Jô. Além dela, outras quatro mulheres perseveraram e até hoje participam da Oficina, ajudando a produzir e ensinar. Só no ano passado, 170 pessoas passaram pelo curso. Muitos agora fazem o artesanato em casa, como forma de aumentar a renda familiar. Em 2001, a Oficina foi ampliada com recursos do governo do Estado, que propiciaram a compra de novos teares de 1,20m e cadeiras.

Gerando renda - A comercialização dos produtos feitos com a palha da bananeira começou timidamente e hoje alcança sucesso absoluto em todas as feiras e eventos onde o artesanato é exposto. As artesãs de Juquiá participaram pela primeira vez de uma feira em janeiro de 2000, na Ilha Comprida. Depois disso, não pararam mais. Recentemente, ampliaram o mercado ao participar da 1ª Feira de Turismo e Negócios, realizada pela TV Tribuna, e da Festa da Banana, ambas em Santos. Lá, lançaram os mais novos produtos: saias, coletes e biquínis confeccionados com a palha, além de blusas e calças bordadas com o fio retirado do tronco da bananeira. O sucesso foi tanto que já choveram encomendas. Há até indústrias têxteis querendo comprar o fio para produzir roupas. O problema, segundo Jô, é que os fios são muito curtos e ainda não há como emendá-los. O artesanato feito com a palha da bananeira também já foi exposto em amostras no Japão e na França. No próximo final de semana, as artesãs de Juquiá participam de evento em Campinas. "Não podemos perder nenhuma feira, precisamos divulgar cada vez mais nossos produtos", observa Jô. Das peças comercializadas pela Oficina Comunitária, 30% do valor arrecadado fica para o Fundo Social manter os cursos e o restante é dividido entre os alunos. Os preços variam conforme o tamanho e o grau de dificuldade da confecção das peças. As roupas chegam a custar R$ 60,00 a peça. O potencial da palha da bananeira ganha novas dimensões com a criatividade das artesãs. A técnica que começou criando esteiras e jogos americanos - peças retas e mais fáceis de se produzir - evoluiu na medida do esforço das aprendizes. Em Juquiá, a idéia de fazer roupas com a palha surgiu depois das toalhas de mesa. "Percebemos que podíamos fazer crochê com o filé (fio mais fino retirado do tronco), se podíamos fazer toalhas, por que não tentar as roupas?", explica a monitora Jô. E assim, a cada nova peça surgem novas idéias. O desafio agora é revestir sandálias e chinelos com a palha da bananeira. A infinidade de produtos enche os olhos de quem conhece pela primeira vez o artesanato feito com a palha. São esteiras, tapetes, bolsas, cestos, tiaras, bijuterias, descanso de panelas, agendas, porta-retratos, leques, bonecas. A qualidade das peças, com acabamento caprichado, e a textura da palha completam o atrativo aos consumidores, que cada vez mais buscam produtos feitos de forma ecologicamente sustentável. Os interessados em conhecer ou comprar o artesanato de Juquiá pode entrar em contato com Leonel pelo telefone (13) 97418174.

Em Miracatu, artesãs ganham espaço para confeccionar e vender produtos Apesar de ser uma das primeiras cidades a conhecer a técnica de extrair a palha do tronco da bananeira, Miracatu só passou a valorizar o artesanato como alternativa de geração de renda quando a administração municipal investiu no Centro de Capacitação e Produção. No ano passado, a Prefeitura inaugurou a Banarte, espaço para ensino, produção e comercialização do artesanato feito com a palha da bananeira. Desde então, cerca de 150 pessoas já foram capacitadas, segundo a primeira-dama e idealizadora do projeto em Miracatu, Susana Mendonça. Na Casa do Artesão, os produtos feitos com a palha se tornam artigos de luxo. O local também foi cedido pela Prefeitura para comercializar todo tipo de artesanato produzido no município. Enquanto a reportagem do JR fotografava a Casa do Artesão, um casal de empresários comprava peças de artesanato para revender em seu estabelecimento, recém inaugurado em Juquiá. Os artigos feitos com a palha da bananeira chamaram a atenção dos empresários em matéria veiculada no dia 13 de abril de 2003 no Globo Rural (programa da Rede Globo de Televisão). Atualmente, 60 pessoas trabalham no Centro de Capacitação e Produção como aprendizes. O artesanato vendido em feiras e exposições ajuda a manter os cursos - 10% fica para a manutenção e o restante é dividido entre os artesãos. As artesãs de Miracatu também participam de todas as feiras e eventos que são convidadas. Recentemente, o artesanato e palha de bananeira produzido no município foi incluído no Guia do Presente Solidário, elaborado pelo Sebrae-SP. O Sebrae também mantém um espaço na Capital, onde é comercializado o artesanato produzido no Vale do Ribeira. Susana Mendonça avalia que o trabalho em Miracatu ainda está no início. "Precisamos capacitar o maior número de pessoas possível para podermos buscar mercado e atender a demanda", observa a primeira-dama. Agora, ela tenta incluir o artesanato em fibra de bananeira no Programa de Exportação desenvolvido pelo governo do Estado, para exportar os produtos para Itália, Holanda, França e Arábia Saudita.


Fonte: QueroArte - Artesanato com a cara do BRASIL

segunda-feira, junho 26, 2006

Artesanato gera renda e empregos para o País

Pesquisa mostra que artesanato nacional movimenta o mercado
e beneficia diversos setores produtivos



A Feira Nacional de Artesanato, organizada pela Central Mãos de Minas e Instituto Centro CAPE, é realizada em Belo Horizonte todo o mês de novembro, há dezesseis anos. Ela congrega milhares de expositores e milhares de visitantes que, em seus seis dias de duração, serviram de fonte para a maior pesquisa já realizada sobre o segmento artesanal.


Durante a Feira Nacional de Artesanato realizada ano 2005, o Instituto Centro CAPE contratou uma pesquisa da Vox Populi para conhecer o perfil do artesão expositor e, principalmente, para mapear onde ele adquire a sua matéria prima para produzir.


A pesquisa foi feita somente com o artesão expositor. Aquele expositor que era representante, ou coordenador de projeto, ou mesmo que estivesse em uma associação, ainda que na posição de gerente, foi desconsiderado.


Foram detectados 1182 artesãos e 288 associações ou cooperativas na Feira Nacional de Artesanato, o que demonstra a importância do trabalho em grupo dos artesãos e, também, o que nos levou a um número de pessoas envolvidas em uma produção muito maior do que imaginávamos (a princípio pensamos tratar-se de mão-de-obra remunerada, mas, depois, verificamos que era por causa do trabalho associativo).


Em um ambiente de 1182 entrevistados, para cada grupo de 823 artesãos que não trabalham sozinhos, mais de 8.167 pessoas, literalmente, põem a “mão na massa” no segmento artesanal, em sua grande maioria parentes e amigos.


Segundo dados da pesquisa, a confecção de artigos utilitários é o segmento que concentra o maior número de artesãos produzindo. O artesão gasta 47% do valor do seu produto final na aquisição da matéria prima, ou seja, para cada R$ 1.000 em venda, ele compra R$ 470,00 no mercado.


Se projetarmos este valor para a venda anual do artesão brasileiro, chegaremos a o número estrondoso de R$ 14 bilhões que o artesão injeta na economia apenas com a compra de matéria-prima (R$ 30 bilhões – projeção do faturamento – 47% = R$ 14 bilhões).


A pesquisa nos mostrou que deste valor:


• 15% é adquirido da industria têxtil - R$ 2,1 bilhões / ano
• 14,6 % de material para acabamento – R$ 2 bilhões / ano
• 9,1% de madeira a fins – R$ 1,3 bilhões / ano
• 8,9% metais – R$ 1,2 bilhões / ano



Isto apenas utilizando as compras em segmentos mais expressivos da economia.


Conforme pesquisado, a participação do segmento artesanal na economia brasileira é muito maior do que se pensa, pois, além da movimentação com a venda, este valor cresce quase que 50% com a aquisição das matérias primas. De acordo com os dados, 40,4% dos artesãos gastam até R$ 2 mil em seis meses de produção; 13,8% até R$ 4 mil; 7,3% até R$ 6 mil; 3,3% até R$ 8 mil; 3,7% até R$ 10 mil; 4,3% até R$ 20 mil, e uma parcela de 2,4% variam seus gastos entre R$ 30 a R$ 100 mil por semestre.


Evidentemente, o artesão que participa da Feira Nacional de Artesanato, em sua grande maioria, já possui uma estrutura melhor, mas é importante ressaltar que este crescimento ocorreu com o passar dos anos e a Feira Nacional colaborou muito para este crescimento.


O faturamento individual do artesão que participa da Feira Nacional também ultrapassa, e muito, a média nacional. Enquanto temos trabalhado com uma média de 2 a 3 salários mínimos de faturamento por artesão, o que participa da Feira Nacional tem um faturamento acima de 6 salários mínimos por mês.


A nossa intenção agora é encaminhar esta pesquisa à CNI (Confederação Nacional da Indústria), de forma que possamos discutir o apoio que a indústria poderá vir a dar a este segmento tão participativo de sua economia.



Fonte: QueroArte - Artesanato com a cara do BRASIL

Feiras de artesanato: diversão e cultura na cidade de São Paulo

Expor mercadorias em feiras é um hábito muito antigo, quase tanto quanto a própria noção de comércio. No período final da idade média, as rotas de mercadores da Europa se transformaram em ponto de encontro para a compra, venda e troca de produtos. Em especial, nos pontos em que essas rotas se cruzavam, desenvolviam-se feiras periodicamente, sendo que as maiores se localizavam na região de Champagne, nordeste da França. Vilarejos e cidades cresceram e fortaleceram as relações comerciais em torno dessas feiras, dando um empurrão decisivo na burguesia que se desenvolvia de forma cada vez mais convincente.


As feiras perduram até hoje, sejam elas voltadas ao comércio de alimentos, sejam servindo de vitrine e meio de sustento (ou complementação de renda, em muitos casos) para artesãos. A reportagem do Portal SampaOnline percorreu algumas das feiras de artesanato da cidade e traz nesta matéria dicas, histórias, problemas e soluções encontradas pelos artistas para a falta de apoio, que, em muitos casos, se mostra o principal empecilho para o maior desenvolvimento desse tipo de negócio.


Benedito Calixto: variada, bonita e confusa


Aos sábados, a praça Benedito Calixto, em Pinheiros, fica tomada por barracas de cores variadas. Já na esquina com a rua Teodoro Sampaio é possível ver os primeiros artesãos, hippies que confeccionam brincos, pulseiras e penduricalhos de formas e preços variados.
O que mais chama a atenção nessa feira é a variedade, não só de mercadorias, mas de gente. De senhoras idosas a adolescentes com camisetas de bandas de heavy metal, tudo remete à mistura. A democracia também é verificada nos produtos expostos: artesanato e quitutes caseiros dividem espaço com antiguidades. Vitrolas, câmaras fotográficas, ferroramas, esculturas, móveis (dá para montar uma sala de estar facilmente comprando na Benedito Calixto) e utensílios domésticos são atrativos para gente de todas as idades.
"Gosto dessa feira porque ela tem um clima de casa da vovó", diz Danielle Sanches, 22 anos, que também afirma freqüentar o local com menos assiduidade do que gostaria. Para ela, as antiguidades, juntamente com as bolsas artesanais, são o principal atrativo do local. O ponto negativo da feira fica por conta da pouca organização na montagem, o que muitas vezes dificulta a circulação na praça e adjacências.
Para quem quiser dar uma esticadinha, vale a pena conferir as apresentações de música ao vivo que ocorrem na rua Teodoro Sampaio, um pouco acima da praça, na área que concentra as principais lojas de instrumentos musicais de São Paulo. Nos sábados à tarde o movimento é bastante intenso e, com sorte, é possível trombar com famosos da música brasileira fazendo suas compras.
A estação Clínicas do metrô não fica muito longe da praça Benedito Calixto, e as ruas da região são servidas por diversas linhas de ônibus, oriundas principalmente das regiões Sul e Sudoeste da cidade.


Moema: opção chique para vários dias da semana


A feira da Praça Nossa Senhora Aparecida, em Moema, que fica ao lado da igreja de mesmo nome, é destacada pela Prefeitura em virtude do alto nível dos produtos expostos. Artesanato fino, crochê e variados tipos de comida podem ser apreciados nas quartas, quintas e sextas-feiras. No entanto, o dia de maior movimento é, sem dúvida, o domingo, quando cerca de 70 expositores se reúnem no local.
Conversando com os artesãos, é possível perceber que a feira é não apenas um local de comércio, mas também uma oportunidade de conhecer pessoas. "A gente pega muita amizade e sempre se reúne para tomar um café", diz dona Vera, expositora, falando sobre o relacionamento com os colegas. Muitos deles participam das feiras como forma de ajudar no orçamento doméstico, ao mesmo tempo em que mantêm acesa a paixão que sentem pelo ofício.
O numismata Milton diz que trocou o trabalho de escritório pela vida nas feiras de artesanato, e que não se arrepende de tê-lo feito: "Tenho meu horário, faço o que gosto e não preciso agüentar chefe". Em tempo, numismata é a pessoa que se dedica ao comércio e à organização de moedas, cédulas e medalhas. Na feira de Moema, é possível encontrar notas de dinheiro do Iraque e moedas do Império Bizantino (o Império Romano do Oriente).
Segundo os expositores, a feira conta com o apoio da maioria dos moradores da região, bem como da Igreja Nossa Senhora Aparecida. Eventos culturais e apresentações de bandas ocorrem periodicamente. A dica gastronômica fica por conta do pão de mel recheado, vendido a R$ 2,00. Linhas de ônibus que percorrem o corredor da Av. Ibirapuera são a melhor alternativa para aqueles que quiserem deixar o carro em casa: a região não é servida pelo metrô.


Vila Mariana: organização diferenciada


Ao contrário do que ocorre na maioria das feiras da cidade, os artesãos que expõe suas mercadorias no Largo da Vila Mariana, em frente à estação Ana Rosa do Metrô, não precisam carregar e armar suas barracas. Nos sábados pela manhã, os organizadores chegam, limpam o local e deixam tudo arrumado para que os expositores apenas decorem seu "território" e disponham seus produtos.
Walter Haucke, diretor-presidente do Centro Cultural e Artístico da Zona Sul de São Paulo e organizador da feira da Vila Mariana, explica que os artesãos apenas pagam uma taxa de manutenção mensal para ter esse conforto. "Nesse aspecto, somos uma feira modelo em São Paulo", ele afirma.
Haucke também faz questão de explicar que todos os expositores assumem o compromisso de não faltar à feira, bem como de manter a organização e o compromisso com o público freqüentador. "Esse período de início de ano ainda é pouco movimentado, pois muita gente está de férias", ele complementa.
As dificuldades enfrentadas por quem monta essas feiras não são poucas. O organizador ressalta que, no começo, o local em que as barracas são montadas era repleto de indigentes, que dormiam e passavam o dia lá: "A gente trouxe o assistente social para ajudar no encaminhamento deles". A falta de divulgação e o excesso de burocracia ainda são obstáculos a serem superados.
A feira da Vila Mariana também conta com apresentações culturais e barracas de comidas típicas. O artesanato é bem representado pelas pequenas esculturas, confecções, acessórios de decoração, brincos e pulseiras. Até 75 expositores se reúnem aos sábados. Para chegar, basta pegar o metrô até a estação Ana Rosa.


Omáguas: uma feira recente


Muita gente que vai ou volta da Fnac, livraria que fica na Av. Pedroso de Morais, em Pinheiros, acaba passando pela feira da Praça Omáguas, que ocorre aos domingos, das 9h às 18h. Ela conta com cerca de 60 expositores que exibem principalmente artesanato e artes plásticas de alta qualidade. Além disso, grupos musicais e trupes de circo também se apresentam em ocasiões especiais.
A feira de Omáguas é recente: foi criada há apenas três anos. Para Licinio Baumgratz, membro do conselho de moradores que, junto com a Prefeitura, cuida de sua organização, esse fato explica a freqüência um pouco menor de visitantes: "A feira tem pouco tempo, ainda não firmou um público grande".
No entanto, o próprio Licinio diz que as pessoas que freqüentam o local fazem parte de um público mais selecionado, gente cativa que acaba fazendo da feira de Omáguas um programa regular. Ele ainda faz coro com as vozes de outros envolvidos nas feiras de artesanato de São Paulo: todos afirmam que os meses de janeiro e fevereiro são de baixo movimento, período de vacas magras para os artesãos.


Seleção

As feiras de artesanato da cidade são regulamentadas pela Secretaria de Abastecimento. Os expositores passam por um processo de seleção no qual apresentam seus produtos e são avaliados por comissões das subprefeituras. Vale a pena prestigiar o trabalho desses artistas nas diversas feiras da cidade. Além das que já foram citadas nessa matéria, há outras, como a do Masp, a do parque Trianon e a do bairro da Liberdade. Mais informações podem ser obtidas no site da Prefeitura


Fonte: QueroArte - Artesanato com a cara do BRASIL

História do Artesanato

O Artesanato é essecialmente o próprio trabalho manual ou produção de uma artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes a chamada cultura popular.


O artesanato é tradicionalmente a produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante ou aprendiz


História
Os primeiros objetos feitos pelo homem eram artesanais. Isso pode ser identificado no período neolítico (6.000 a.c) quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e cozer alimentos e descobriu a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais. O mesmo pode ser percebido no Brasil no mesmo período. Pesquisas permitiram identificar uma indústria lítica e fabricação de cerâmica por etnias de tradição Agreste que viveram no sudeste do Piauí em 6000 a.c.


Historicamente, o artesão, responde por todo o processo de transformação da matéria-prima em produto acabado. Mas antes da fase de transformação o artesão é responsável pela seleção da matéria-prima a ser utilizada e pela concepção, ou projeto do produto a ser executado.


A partir do século XI, o artesanato ficou concentrado então em espaços conhecidos como oficinas, onde um pequeno grupo de aprendizes viviam com o mestre-artesão, detentor de todo o conhecimento técnico. Este ensinava em troca de mão-de-obra barata e fiel, recebendo ainda vestimentas, comida e conhecimento. Criaram-se as Corporações de Ofício, organizações que os mestres de cada cidade ou região formavam a fim de defender seus interesses.



Revolução Industrial
Coma a Revolução Indústrial teóricos do século XIX, como Karl Marx e John Ruskin, e artistas (ver: Romantismo) criticavam a desvalorização do artesanato pela mecanização. Os intelectuais da época consideravam que o artesão tinha uma maior liberdade, por possuir os meios de produção e pelo alto grau de satisfação e identificação com o produto.


Na tentativa de lidar com as contradições da Revolução Industrial, William Morris funda o grupo de Artes e Ofícios na segunda metade do século XIX. Tentando valorizar o trabalho artesanal e se opondo à mecanização.


Fonte: QueroArte - Artesanato com a cara do BRASIL

domingo, junho 25, 2006

História do Artesanato Mato-Grossense

O artesanato mato-grossense reflete o dia-a-dia e os costumes de vida do próprio artista e da cuiabania em geral.


"Sua origem está na praticidade com que o homem mato-grossense procurava suprir a falta de determinados objetos e utensílios domésticos, que a dificuldade de obtenção lhe aflingia, seja pela distância de centros abastecedores, seja pela falta de recursos financeiros. Daí a criação. Daí o artesanato.


A cerâmica típica do artesanato mato-grossense, de barro cozido em forno próprio, pode ser de suas categorias. Aqueles destinados à ornamentação, como vasos, objetos de enfeite, cinzeiros, etc, e ainda aqueles utilizados como utensílios domésticos, como potes, panelas, pratos, etc. Existem características própriasde dezenho, formato, adereços e enfeites, que diferenciam a cerâmica mato-grossense da de outros Estados." Paulo Pitaluga Costa e Silva - do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.
Merecem destaque os ceramistas de São Gonçalo, especialistas na fabricação de de utensílios domésticos, tanto os utilizados na cozinha a exemplo dos potes e panelas de barro, quanto aqueles destinados à ornamentação. São Gonçalo é o mais antigo núcleo populacional de Mato Grosso. Está localizada na margem esquerda do Rio Coxipó, na confluência com o Rio Cuiabá.


A tecelagem é talvez, dentro do nosso artesanato, a que detém maior representatividade no que tange a divulgação da arte, da cultura e da tradição do povo cuiabano e mato-grossense, principalmente pela sua beleza artística. Neste segmento destacam-se as redeiras que, no princípio, fiavam e atingiam o próprio fio do qual teciam as redes lavradas(bordadas) com motivos diversos em toda a sua extensão.


A habilidade com que as redeiras tecem sua rede é a mesma das mulhere indígenas, de onde origina-se esta tradição. As guanás eram hábeis no manseio de tear, e conseguiram passar esta tradição secular às mulheres cuiabanas e ribeirinhas. No entanto, além de fiarem e tingirem o fio, a exemplo das tecelãs cuiabana, também plantavam o algodão e colhiam.


"Temos ainda o artesanato em madeira. Típico das localidades ribeirinhas do Rio Cuiabá, sendo um exemplo, o fabrico de canoas de pesca. Antigamente, nos tempos mais remotos dos bandeirantes, era usado o sistema indígena de fazer canoa de casca de jatobá. Hoje a atividade canoeira, reduzida a poucos artesãos, está em franco desaparecimento. O canoeiro utiliza-se tão somente da madeira denominada ximbuva, ou o cambará, macia e fácil para escavar. Das obras, são confeccinadas gamelas e tigelas de madeira.


Ainda no setor do artesanato de madeira, temos o artesão, geralmente carurueiro, que fabrica a Viola de Côcho, instrumento musical para acompanhamento do cururu e siriri. Trata-se de uma viola tosca, que produz um som típico, sem grandes ressonância e ainda sem os trastes localizados no cabo do instrumento, responsáveis pela produção de uma boa escala musical. As cordas, antes elaboradas a partir de tripas de certos animais selvagens, como o quati, macaco e gambé, hoje são de nylon.


Fonte: QueroArte - Artesanato com a cara do BRASIL

História do Artesanato Mineiro

Desde o século XVIII, trabalhadores que utilizam as mãos e algum instrumento como extensão dos dedos para confeccionar peças de uso decorativo e utilitário se fazem presentes nas áreas colonizadas de Minas Gerais. Oficinas caseiras exibiam mestres, oficiais e aprendizes nas mais diversas atividades: produção de mobiliário doméstico, joalheria sacra ou profana, instrumentos musicais, de trabalho e de transporte, objetos de lazer, etc.


Na maestria de confeccionar objetos, utilizando recursos naturais da terra e materiais importados, a criatividade do mineiro sempre foi ímpar. Nas variadas regiões culturais mineiras, de acordo com o processo histórico de cada uma, sobressaem-se variados objetos artesanais típicos. Quem conhece a história da nossa colonização é capaz de entender melhor a mensagem de cada um desses objetos, suas respectivas utilidades e suas características peculiares, as quais traduzem o jeito de ser e a cultura da comunidade de origem.


Como “o artesanato está correlacionado com os recursos naturais existentes e decorre, necessariamente, da relação entre o homem e o meio, reflete o sistema de vida adotado pelos moradores do lugar ou região, é certo que se manifeste no estado em múltiplos padrões e variedades técnicas, ainda que se trate de objetos feitos com emprego do mesmo material e que tenha igual destinação”. (Saul Martins)


A economia de Minas, no setor de transformação, era eficaz. A sociedade mineira, escravista, não excluía do cenário social grupos de produtores independentes e trabalhadores livres. Pela necessidade, o mineiro criou e recriou suas peças com arte e beleza. No século XVIII, o processo de produção artesanal do mineiro foi enriquecido, principalmente pela criatividade de mulatos, cafusos e mamelucos. E, “embora se considerem notáveis as experiências portuguesas transculturadas e sincréticas, a cerâmica, a tecelagem e cestaria receberam influência indígena marcante, perceptível ainda em nossos dias”. (Saul Martins)


No século XIX, imigrantes e seus descendentes – italianos, alemães, judeus, sírio-libaneses, turcos, ciganos, ingleses, franceses e espanhóis marcam, também, a história da cultura mineira, através de objetos artesanais, culinária típica, usos e costumes.


Ao se observar objetos artesanais, é preciso saber distinguir as peças que são artesanatos típicos regionais das obras artesanais do artista popular. Na primeira, todos detêm a técnica do fazer e mantêm características próprias do processo histórico da comunidade. Na segunda, o artista popular, além de dominar a técnica do fazer da comunidade, impregna características pessoais em sua obra. Exprime, nas peças, os seus sentimentos, valores e conceitos de vida. Na maioria das vezes, são escultores, joalheiros e bordadeiras que fazem peças individuais.

História do Artesanato Paraense

Cerâmica marajoara, o legado mais importante da civilização que habitou a ilha do Marajó, no delta do Amazonas. Com alto desenvolvimento estilístico e técnico, caracteriza-se pela exuberância e variedade decorativa, com utilização de pintura em preto e vermelho. Em nossa empresa Temos como um dos seus pilares agregar valores na comercialização de seus produtos .Divulgando a artes e o talento dos artesões do estado do Pará em suas várias vertentes :a cerâmica marajoara,tapajonica ,rupestre,maraca, paracuri,cestaria,artefatos indijenas,etc..



A VILA DE ICOARACI
Em tupi o nome distrito quer dizer ’frente para o sol’, mas o lugar é popularmente conhecido como Vila Sorriso.A Vila de Icoaraci, é o maior centro produtor e divulgador da cerâmica indígena amazônica. Distante cerca de 21 Km do centro de Belém, o distrito de Icoaraci destaca-se como o maior produtor em artesanato em cerâmica e é considerado importante pólo industrial do Estado. Localizado às margens da Baía do Guajará, o seu território corresponde a 42% do município de Belém. Icoaraci é uma das promessas do ecoturismo paraense.



CERÂMICA MARAJOARA
O artesanato Marajoara é um dos mais ricos na sua beleza plástica diverça, fruto da pluralidade cultural manifestada desde os temos pré-coloniais.O artesanato retrata figuras humanas e animais que provêm da região do Marajo, Baixo Tapajós e Maracá . A produção é muito variada : desde a cofecção de peças arqueológicas até as mais estilizadas ; de peças lisas e sem pintura às mais trabalhadas ; de estilos tradicionais até suas recriações com pinturas em manganês; de ceramica utilitá ria a ceramica decorativa , com vasos alguidares , pratos , jogos de feijoada, etc...



CERÂMICA PARACURI
No centro da vila fica o bairro do Paracuri, onde se concentram cerca de 90% da comunidade de ceramistas. São inúmeras oficinas e olarias, alinhadas uma ao lado da outra, por toda a extensão do bairro.
Na vila e arredores grande quantidade e variedade de argila em cores e texturas diferenciadas, o que provavelmente, explica a milenar tradição da cerâmica local. Uma tradição que, aliás, se reporta, em alguns aspectos, à cultura indígena, que, na origem, se transmitia de mãe para filha e, contemporaneamente, é passada de pai para filho. Mas a importância da mulher no processo de produção de cerâmica se mantém: enquanto os homens cuidam da fabricação de peças no torno, elas se encarregam da modelagem manual e acabamento, com texturas diferenciadas..


O artesanato paraense é rico e diversificado, com raízes na cultura dos grupos indígenas que originalmente habitavam a região. A cerâmica é, indiscuti-velmente a manifestação mais forte, sendo fa-cilmente identificáveis dois grupos cujas características são reproduzidas até hoje, com mais freqüência, pelos artesãos: As urnas funerárias são consideradas o ponto alto da arte ceramista marajoara. Cerâmica tapajônica, advém de uma cultura que habitou a as margens e a foz do Tapajós, na região hoje ocupada pelo município de Santarém. Como características marcantes, a modelagem rebuscada, que pode chegar a lembrar o estilo barroco, e a ausência de urnas funerárias, pois os Tapajós não enterravam seus mortos. Produsido na vila de Icoaraci em BELÉM, PARÁ - BRASIL

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