quinta-feira, junho 29, 2006

Artesanato x Exportação

Produtos que agregam características tipicamente brasileiras fazem sucesso no país e no exterior, gerando bons negócios para quem tem criatividade e eficiência


Assim como perfume lembra a França e charuto é associado a Cuba, o guaraná, a
cachaça e as redes do Ceará têm a cara do Brasil. E, como já acontece em outros
países, os produtos genuinamente nacionais vêm chamando a atenção não só no
próprio Brasil, mas principalmente no exterior, transformando-se em grandes
oportunidades de negócios. De acordo com os especialistas, não se trata de
patriotismo e sim de uma tendência mundial, decorrente da pasteurização de
artigos e serviços provocada pela globalização.


Hoje as ofertas de sucesso são aquelas que mais têm identidade nacional’, afirma Flávia Guerra, gerente da área de políticas públicas do Sebrae-RJ. Segundo ela, para ser diferente aos olhos do consumidor é preciso oferecer mais do que preço e qualidade. E uma boa saída é usar a tecnologia em favor da cultura.


Embora o artesanato, o guaraná e a cachaça não figurem entre os campeões na lista de exportações do país, os produtos típicos demonstram a cada ano melhor desempenho, gerando mais divisas (leia o quadro ’Dinheiro Grosso’). E as possibilidades de bons negócios não se restringem à agricultura ou à produção manual. O estudo denominado ’A Cara Brasileira’, do Sebrae, revelou que a adoção de traços culturais garante boa competitividade aos empreendimentos ligados a turismo, confecção, artesanato, produtos alimentícios, serviços culturais, agro-indústria, setor moveleiro, entretenimento e esportes. ’Em qualquer um desses segmentos há muito que ser explorado’, assegura Rodrigo Souza, consultor do projeto Cara Brasileira. Mas há algumas condições para isso. Consumidores e empreendedores precisam aprender a valorizar o fato de serem brasileiros, a qualidade dos produtos deve ser facilmente percebida e é necessário aprender efetivamente a alavancar negócios sob o selo Made in Brazil.


O primeiro passo é valorizar as coisas regionais, para depois passar ao universo nacional. Mas sempre tomando cuidado para investir apenas no que é típico e não em estereótipos. O estudo adianta que elementos folclóricos como as bananas, as praias, as mulatas e o carnaval, que remetem imediatamente aos trópicos, são os mais óbvios e, portanto, os mais perigosos. ’São exemplos da falsa brasilidade ou de uma imagem deturpada, seja na forma banal como se apresenta o carnaval, seja na maneira exagerada como se mostra a natureza’, adverte Flávia Guerra. Segundo Francisco Barros, professor de design de interiores do Senac, um bom exemplo de como lançar mão do estilo brasileiro sem cair no folclore é a loja da Forum, em São Paulo. ’O projeto, de linhas retas, é personalizado por tapetes de retalhos do artesanato mineiro e por uma parede de pau-a-pique’, detalha o profissional.


O segredo para alavancar os produtos brasileiros, na visão dos especialistas, está na preservação dos traços culturais, adaptando-os a um design mais universal; em agregar mais qualidade à matéria-prima e ao acabamento, além de suavizar a cartela de cores.


Fonte: QueroArte - Artesanato com a cara do BRASIL

1 Comments:

Blogger trindade said...

Ola, faço decoração em havaianas e caso alguem interesse acesse:

http://www.orkut.com.br/Main#Home.aspx

12:15 AM  

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